Um Circo de Rins e Fígados - O Teatro de Gerald Thomas
The present collection of a significant group of his plays, to whose editing and editorial preparation researcher Adriana Maciel and SESC-SP publishers dedicated themselves for roughly three years, affords researchers of theater essential materials that, for the most part, are being made accessible here for the first time. And that, it is hoped, will be complemented, in a near future, by the publication and critical revisiting of filmed records of interventions and stagings undertaken by the artist over the past four decades.
It may be possible to define the locus of Gerald Thomas’s counter-dramaturgical method within contemporary Brazilian theater by recalling Robert Ryman’s performance in the history of postmodern painting, as situated by critic Yves Alain-Bois. Ryman is not exactly an imperative reference for Thomas, as are, on the contrary, Marcel Duchamp and Francis Bacon, for example. And yet there is something about the historical place they occupy that does, in fact, appear to approximate them.
It should be noted that Haroldo de Campos has read the work of Gerald Thomas as an articulation between the taste for destruction, on one hand, and the irruption of resurrections, on the other. And it is to this threshold that we must turn in order to understand the dynamics of a trajectory with the extension and the potential for derision that his possesses.
(Flora Süssekind - literary critic)
Sesc publishers - 2019
Um Circo de Rins e Fígados - O Teatro de Gerald Thomas
A reunião, neste livro, de um conjunto significativo de peças suas, a cuja organização e preparação editorial a pesquisadora Adriana Maciel e a Editora do SESC-SP se dedicaram durante cerca de três anos, faculta ao pesquisador de teatro material fundamental, na sua maior parte acessível aqui pela primeira vez. E que, espera-se, venha a ser complementado, num futuro próximo, pela edição e pela revisitação crítica dos registros filmados de intervenções e das encenações realizadas pelo artista nas últimas quatro décadas.
Talvez se possa definir o lugar do método contradramatúrgico de Gerald Thomas no campo teatral brasileiro contemporâneo tendo como paralelo a atuação de Robert Ryman na história da pintura que se segue à moderna, tal como o situa o crítico Yves Alain-Bois. Ryman não é exatamente uma referência imperiosa para Thomas. Como são, ao contrário, Marcel Duchamp e Francis Bacon, por exemplo. E, no entanto, há uma questão ligada ao lugar histórico que ocupam que de fato parece aproximá-los.
Então, se alguns desses originais já passaram por reencenações, outros envolvem, por outro lado, retornos em diferença a séries imagéticas, enquadramentos cênicos, estruturas/desconstruções narrativas. Pois, para Thomas, revisitar tem sido, necessariamente, “desencaminhar por um protagonista, por certo tempo”, e também fazer de novo, “corrigir”, como já prefigurava no seu “Diário de uma peça” (1973), espécie de micropoética de juventude com que o artista escolhe abrir, aliás, a sua compilação de exercícios dramatúrgicos.
(Flora Süssekind - crítica literária)
Edições Sesc - 2019
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